TEMPO DE REVOLUÇÃO

(Samir Raoni, 28 de agosto de 2008, para os grandes revolucionários e trabalhadores que dentro do sistema criaram sua expressão; nas ruas, praças e escolas, mil soldados abriram três mil janelas para os sonhos de um mundo melhor, e então descobrimos que é tempo de revolução. Grande abraço ao amigo Pedro Batista e Nilton Silva, meu pai, desejo que a marcha nunca seja interrompida.)
TEMPO DE REVOLUÇÃO

Ontem foi um dia corridaço, inesquecível.Dia cheio de mensagens e mensageiros. Cumpri um papel infinito pelo tempo, pelos detalhes que me regava no dia cheio de sombras e luz. Pessoas e gente, ente da vida que passa por sorrisos falsos e expressões maquiadas pela conduta abandonada do ser da flauta da ilusão bruta, brutalizada, pela canela fina da estrada grossa e turbada de sol de mangueiras, céu de bandeiras e patriotas vencidos pela cor. Rock de primeira no boteco barato ao consumo rico ao produto interno bruto. E a socialight com seus wisks importados e seus ternos amassados pelo sorriso forçado, infeliz. Nós seres das letras fazemos os discursos nos bares das esquinas, igreja dos pensadores que marcam a história não por promessa, mas pelo ofício de ser tinta de vida, derretendo no papel dos dias que são visualizados por prédios, aviões, políticos e seus ladrões. Jader Barbalho merece entrar na minha poesia como gato das sete botas. Ele tem todas as armas na bota, que para os soldados representa a marcha interrompida pela sua falta de entendimento da essência humana. Mas o mestre barbalho sabe se contradizer no tempo; estudante, governador levado, lavada, lavador de dinheiro publico! E isso é publico, publicado nos jornais. Á algema que foi as TVs já prende a alma dele há muito tempo. É uma prisão invisível, suas plásticas encobrem essa dor que vai perpetuar se não nessa vida, mais na próxima. A quem já viu o filme gladiador sabe: - Todo homem só morre quando se vê morto. Isso adaptado ao Jader: O homem quando sabe roubar rouba de terno e gravata e chama todos que na mesa estão para o banquete que comem sem apetite mais sempre está impecável para as câmeras. Brasília tem muita luz, e bons escritores, na marcha somos os lobisomens da revolução, que sempre existirá para qualquer geração, uns lutaram pela revolução francesa, outros pela russa, nós socialistas, revolucionários da nova geração, revolucionamos a aversão à política democrática que teve sangue de milhões de trabalhadores. História escrita a sangue. E hoje vemos milhões de dólares nas cuecas e contas secretas. Hoje vemos que esse sangue todo foi para o ralo! E os milhões para os bolsos dessas falsos revolucionários...Pedro Batista, um homem que usa a luz de Brasília para ser um detetive da madrugada, que ajudado pelo vento, e estimulado pelos sonhos se debruça sobre a mesa oculta de seus objetos e corta a carne da história que cheia de carnificina,opera seus medos, com seu impulso impercebido pelo segundo consumido e logo desaparecido. Pedro, esta lá na luz, para com sua câmera ampliar o zoom de sua missão, de sua sentença.Se eu fosse inventar outro personagem para ele, creio que ele seria um homem de pernas bambas, com bombas no corpo prestes a explodir. Consigo ver isso na navalha de seus relatos. Seus olhos são azuis. - não se engane a cor dos olhos dele não vem da televisão. Vem para marcar a capa de general da libertação que é. Vêm para falar nos palanques da vida que só existem porque existe em si alma viva, viva a revolução. Esse grande escritor foi apedrejado pela pedra do sistema e seu nome deis de então gritou Pedro pega eles. Corre e não deixa eles te matarem. Não deixa eles alienarem a próxima geração. Não deixa eles matarem os sonhos que são mais que a cor de seus olhos. Seus sonhos são de todas as cores, seu relato por tanto tem só uma cor, a cor da liberdade.Mas como nem tudo é poesia, contarei a vocês o meu dia.Fui à UFPA, depois fui fazer uma gravação pra TV que ainda que o critique tem sua importância para essa pluralidade ideológica. De lá eu e meu pai fomos transitalmente levados pelo transito ate o lançamento do livro de Pedro Batista, grande amigo meu e companheiro revolucionário de meu pai. Lá estavam presentes homens e mulheres que escreveram essa história de tinta de vida em seus ofícios. Homens que viveram essa intensa caminhada. Essa marcha que já foi interrompida com a morte de João Batista. Mas, João sonhava um mundo mais justo. E esse mesmo João, deixou discípulos vivos em sonhos e entusiasmo para escrever essa história.Visualizei tudo como telespectador cinematográfico. E sei que sou eu que vou fazer esse documentário. - Muito intensa a energia que senti vendo os depoimentos dos companheiros, vendo meu pai falando sobre os revolucionários e a revolução, narrando ebsódios que figuram em minha mente a certeza e inteligência do filme, onde ele é um dos protagonistas principais com minha linda mãe que muito me ensinou, muito tenho deles em mim.Após os autógrafos e o termino do lançamento vem a melhor parte. Fomos tomar uma lá no ‘boteco daqui ’(bar), porem cerveja tava caríssima (e ninguém ali é socialight, por opção), então fomos pra um boteco de verdade, nem nome tinha e se tinha não vi. Lá a primeira coisa que Pedro falou foi: - Vamos colocar poucas mesas e criar mais calor humano, e com aquela simpatia contagiante sorriu. Observei no ato que no outro bar estávamos muito dispersos, e ele nesse momento mais uma vez me surpreendeu. Isso foi foda! Sentamos e pedimos cerveja gelada e barata para bons papos. E no barco que navegava em alto mar, em direção a histórias vivenciadas, percebi que estava numa mesa de heróis e heroínas. Ver todos muito entusiasmados. Ver todos aqueles pais sonhadores, falando de suas épocas de pichações, conspirações e reuniões secretas. Tive certeza que Pedro é um homem bomba, meu pai a dinamite e eu serei o executor dessa herança ideológica que muito me orgulho de ter.Vendo aqueles homens mandando tudo se fuder. Vendo aqueles homens cuspirem na cara da ditadura, dura pela falta de idéias revolucionarias. Vendo aquela marcha novamente acessa, me dá esperanças, me faz ouvir cazuza e desmenti-lo, cazuza grande poeta, desminto você para observar que meus inimigos não estão no poder, e sim meus amigos e em especial aquele cara que chamo de pai, meu pai.

Comentários

  1. Animador. Assim como terra fértil recebendo uma semente que ajudará a colocar fim a fome de vida, sonhos e lutas. Esse é o Samir e seu texto afiado e capaz de alimentar almas e corações.
    Fico feliz pelo meu camarada Nilton. Nossas caminhadas vendendo livros nas noites e madrugadas dentro de panelas e depois bebidos em cervejas, permitiu avançar na construção da democracia e na liberdade. Quantos ficaram? Uns abatidos pelas balas assassinas, como João Batista. Outros, abandonaram o sonho da justiça e da solidariedade. Embriagaram-se com o canto mortífero do capital. Assim mesmo tem o Samir e muitos filhos da Revolução que continuam espalhando ventania e flores. Samir é o pavio do sonho e da luta.
    Obrigado Nilton,. Obrigado Samir. Vamos continuar semeando ventanias e espalhando sonhos. Nada nos deterá.

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  2. Aos capus e a noite escura, fazemos nossos manifestos, nosso grito tem cor de liberdade. Nossa patrio pariu o filho da puta patriota que nos prostibulos sistematicos nasceu para recriar o verbo 'revolucionar'. Dias que nos segue, nos toma feito um suco amargo, doce. Quem decide somos nós, ou melhor nossos sonhos.

    Tenho pleno desejo de viver.

    Tenho a plenitude da juventude que permite aos meus dedos o leve toque na escrivaninha empoeirada e cheia de letras fadadas ao entusiasmo.



    Grande abraço meu amigo Pedro. Vamos nos correspondendo por aqui.

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