Amigo Lucas,

Belém, outubro de 2008
Amigo Lucas,
Estamos em crises das mais sérias.
O mundo passa por uma agonia devorada pelos indispostos sonhadores.
A universidade esta caótica. Estou formando bonecos que são cegos. Não enxergam suas próprias curvas mudas.
O tempo aprecia desfiles de moda e suas marcas lustrosas com carros que pagam a exploração, levando para bem longe a certeza da mudança. O lobo esta urgindo na floresta do capitalismo que após seu incansável banquete bebi as cervejas das multinacionais, e sem resposta a nada pega a mesma Ferrari, ferrando os zumbis dos quilombos sem advogados. A desordem é a ordem do poder!
Sem resposta a nada nadamos em seca de bêbados por cerveja que banham as banhas gordas do subsidiados pela bolsa de valores em maré sem amores. Samba pra gringo sambar na dança da desesperança, alavanca do mundo, mudando a todos corroendo a tudo, abstrato ou não.
Vargas dava leite. Colo a mãe desnaturada com o golpe previdência daquele que acha que pensa. FHC formou assentos de couros de burgueses engraçados para a corti que corta a carne bovina para os Europeus almoçarem os agricultores sem terra, sem medo, sem voz!
E ainda tenho sonhado com caldo verde. Caldo de mentiras que adoece minha alma.
Lucas meu amigo, me diga - Como é ver todas essas atrocidades sem gritar?
Você sabe que não me conformo com esse descaso do “poder” que cria fatias sujas com ovos podres, fermento vencido para o bolo social mais vencido ainda. Cortesia de terça-feira em feiras da periferia, miséria curtida, coberta pela cortina azul das Tv's, sonho em dopamina invadido as
as casas fermentando o bolo feito de massa periférica. O bolo fez a massa arrotar coca-cola.
Comi uma fatia pra ver que gosto tinha.
Uma delicia! O problema é depois a disenteria.
Logo entendo a exploração dos cortadores de cana que dessa fatia ficam apenas com as migalhas e ainda são chamados de canalha, não meu amigo, canalhas não, cana sim. Mais uma dose pra mim!
Um brinde as crianças de rua, a prostituição infantil, as falcatruas de colarinho branco, ao crime organizado, aos filmes hollywoodianos, um brinde sem brindes para lembrar em quem votamos na eleição passada, passado sujo, sujeira de ralo. Sujeito roendo as bordas do predicado e o biscoito se comove com a novela das oito, oitenta anos de impunidade formigas e doenças em Nagazaki.
Ficar calado não dá!
Mesmo sem ter onde publicar o manifesto que vira festa, copa do mundo é o que interessa. Sono profundo, e os EUA comandando o mundo, que com moeda americana financia a fome das maquinas que nos subdesenvolvidos países fomenta as formas de delinqüência do mesmo bêbado que vai atropelar o mundo com seu trator, seu cheque é a solução!
Amigo Lucas, os tempos e os ventos devem se assemelhar na direção da ção, do grito e da revolta.

Pablo Pinheiro

Autor: Samir Raoni

Comentários

  1. Essa crônica é um dialogo entre os personagens Pablo Pinheiro e Lucas Lopes. Um mora em Brasilia e o outroe em Belém. Vou falando da personalidade deles aos poucos. ok?
    É muito bom escrever contos baseados em atualidades.
    Meu estilo assume um modelo mais beseado em um enrredo.
    Esse momento em que estamos vivendo cria a nescessidade de criamos voz.´
    Terno abraço aos meus amigos-leitores,
    Samir Raoni

    ResponderExcluir
  2. Samir,

    as universidades, escolas e os centros de formação criam cada vez mais robôs a serviço da mentira do capital, do consumo e da idolatria ao consumo. Ter poder é uma meta que precisa ser alcançada. Para isso tem dois caminhos: dinheiro e mentira. Dissimular relações afim de galgar espaços, conquistar postos nessa caminhada suicida. A busca desesperada por esse Deus todo poderoso, capaz de causar fome em todo o mundo, devastar continentes como fizeram e ainda fazem com a África, explorar os sonhos, destruir mares, florestas. Logo logo avançarão sobre o território da Lua, de Marte, de Plutão...expecular a fonte de vida, onde for possível esquertejar e tirar lucros, vender lotes e acumular poder e poder. Poder cada vez mais. Brasília cumpre um papel nacional, ensinado como ser hipócrita, alcançar um cargo eletivo ou uma vaga em concurso público, enquanto o público e a rés-pública cada vez mais adentra bolsos e contas bancárias em paraísos fiscais.
    Ainda bem que tem muitos Samirs, muitas estrelas e tovões resistindo e semeando sonhos e tempestades.

    Abrção

    ResponderExcluir
  3. Bom saber o que não queremos, e me parece que vc sabe muito bem.
    Interessante estrutura, gostei!!!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas