A CASA DO MUNDO

Estou sentido vontade de sair daqui, de ficar um tempo fora, estou com o sentimento de que as coisas precisam mudar e isso tem me feito repensar meu plano de realização para esse ano. Parece que estou me permitindo uma prisão que não deveria existir, e fico a tentar entender em qual momento estou, tenho dúvidas se estou fazendo a escolha certa, mesmo sem saber se já fiz alguma escolha. Olho pela janela as luzes da rua acesa e logo percebo que nessa rua não cabe toda a luz de meu estilo de vida, estou sentindo plena necessidade de ver outras coisas, sentir outras coisas, conhecer outras pessoas e assim dar um novo valor para minha jornada, que nada pode ser se não estiver em paz interior, essa busca de equilíbrio é o próprio equilíbrio. No fundo o que eu estou buscando é um sentido mas pleno de minha própria ação, coração latente de um menino que a muito tempo se perdeu nessas ruas por onde passam tantas pessoas, tantos sentimentos, lamentos, sorrisos, sofrimentos, danças e olhos a perceber a valsa da madrugada, parece conto de fadas, ata sem assunto de amor, sabor sem gosto de felicidade, amarga é a realidade irrealizada, e eu não me rendo as irrealizações, pois sou a força criadora de tudo que manifesto e por isso sei, que mesmo que em alguns momentos as coisas desandem eu devo vir escrever, pois aqui meu sentimentos sombrios começam a clarear minha verdadeira angustia.
Meu peito fica apertado por não saber lhe dar com algumas coisas que tem acontecido, percebo-me tão jovem e tão complexo para a idade que tenho, meus pensamentos assumem dimensões que me fazem perder o sono, me fazem atravessar a noite com meus navegáveis sentidos, acesos em lembranças, intuições e sensações que não sei em que momento da existência material esta, pois são luzes de acontecimentos que ainda não vivi e que estão conectados com coisas que mentalizei em certo momento, e outras surgem como premonições, é difícil encontrar palavras para descrever o que sinto em meu peito, o que vem em minha mente em forma de símbolos que tento através deste instrumento traduzir, psicografar.
Falar de si as vezes é tão difícil, mas é necessário a tentativa, porque peito apertado não permiti que outros sentimentos mais puros entrem no espirito, fazendo uma bela limpeza.
Ser cidadão do mundo é ser aberto para todos esses abrigos compartilhados de manhãs de sol, me permitindo nascer novamente nesse azul celeste que um dia eu respirava com o pulmão bem vivo, sem a canseira desse ritmo que me adoece, me rouba o sono, a fome, o tesão pelo sexo, me fazendo lutar contra essa depressão que só não me consome porque eu não sou fraco, não sou pessimista, sou vigoroso, estou disposto a tentar, arrisco nas trilhas e viagens minha vã filosofia de vida, que mostra-me que eu tenho amor pela descoberta, pela andança do caminhos por onde dança o apetite do céu, da bela noite professora, nada de opressora, esquecendo assessoria da vida, e lembrando que viver assim é ser condutor e produtor da própria história, como ator e diretor, artes que se comunicam na tradução desses sentimento que tem por pretensão apenas escrever tudo que toque em algum fio de minha sensibilidade condutora de poesia transpirante, amante da simples equação da alegria: amigos leais do mundo, as vezes um vinho ou cerveja e poesia que é sempre bem clamada quando vem acompanhado de um violão, uma praia e um pôr-do-sol em dunas, as vezes em dois as vezes em um, uma outra forma de dar significado a vida, de ser feliz.

Samir Raoni
10 de Abril de 2010
.: Hoje o dia foi bem introspectivo, pensando em sair de casa para arejar meu espirito. Minha mãe me disse coisas que me magoaram, também magoei-a, mas não foi minha intenção, atenção é A CASA DO MUNDO.