O SAMBISTA



O SAMBISTA

Viver as vezes doí.
Não reagir as vezes mata.
O coração as vezes desacelera
para na marcha seguinte seguir
sem semáforos capazes de parar
a reação diante da infração do viver.
Tudo é parte quando não se tem
tudo, o mundo, o santo, as lampadas.
Noite morna e a tempestade das
lagrimas anunciam enchente, coração
desabrigado, carinho, café obrigado.
Sou a solidão tenho emprego certo em
seu coração.
Assina a carta de alforria ou assassina
quem te ensina a poesia, melancolia das
esquinas antes tua, agora minha,
minha vida de cabeça para baixo,
baixo que toca alto, salto soltando o
fato, fotografando o rosto tracejado
de minha pele magra, nua, completamente
bula sem receita, aceita minha poesia do jeito
que ela é.
Te cortejo tomando caribé, pois
nossa solidão é papa chibé.
E o coração sambista
de todas as escolas da vida, vive a cantar hinos
nos ouvidos da felicidade, tudo para não
deixar o eco da tristeza se aproximar tanto, canto bem alto,
ate acariciar a pele
do corpo, do copo
cheio
de cerveja,
veja quem me beija
é a compaixão santa mastigada pela boca ceca.
Bora para o carnaval ou casar no quintal, que tal?
Solidão de assuré meu cadarço cadê, só quem sabe
amarrar a alegria em mim é eu, mas as vezes digo que é
você, só para não te ver partir.
Só para no samba você
não me esquecer, me aquecer, crê?

Samir Raoni

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